domingo, 29 de novembro de 2009

As Pêras do Tempo


Virou minha rotina sentar e escrever aqui, essa página já se tornou tão pessoal, tão minha. E parece que apesar dos pesares muito que eu sinto fica por aqui, é bom ter onde dividir isso, eu divido com o nada, mas ainda assim, parece que vale a pena.
Apesar de as lágrimas correrem pelo meu rosto o tempo todo, eu sei que isso vai passar um dia. Porque nem a tristeza dura pra sempre. As marcas duram, mas aos poucos elas cicatrizam, elas continuam sendo reais, mas menores e menos dolorosas. E vai ficar tudo bem, porque apesar de a tristeza ser grande, as escolhas certas ainda podem ser feitas.
Eu lembro, meio que estupidamente, de quando eu era pequena e sentava no degrau da área de serviço e comia pêra. Eu me sujava inteira, mas eu não me importava, porque eu sabia que depois minha mãe viria com um pano e me ajudaria com toda aquela sujeira. Bom, eu cresci, e eu tive que ir buscar meu próprio pano. E cada ano minha pêra era algo diferente, eram coisas que me preocupavam mais e mais, eram problemas, lutas, tristezas e arrependimentos. E eu só me levantava pra buscar o pano quando a pêra já tinha me sujado por completo, me fazendo chorar, pensando se um pano só resolveria isso. Eu sinto falta de ser cuidada, mas ao mesmo tempo eu vejo que se eu sempre tivesse alguém com um pano por perto, eu nunca teria aprendido. Talvez o meu comodismo fizesse com que eu nunca me desafiasse a não me sujar. Eu posso ainda não ter entendido bem o truque da pêra, posso simplesmente continuar a me sujar vez por outra, mas eu tenho certeza que a cada vez que eu limpo a sujeira eu aprendo um pouco mais do que sabia antes.


"Eu sou o que a vida me ensinou, erros e acertos, alegrias e tristezas, perdas e ganhos, sou o que sobrou da lapidação dos tempos." Neila Comberlato



Um comentário:

  1. let's eat some pears =P uHHUhua LAmbuzada³³
    mas falando serio , que bom sabe que tu ta pensando dessa forma ;]

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