quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pensamentos Aleatórios


No meio de tantos pensamentos e de tantas direções que puxam nosso olhar a que mais tem permanecido é a direção de dentro. Dentro de mim eu tenho encontrado muita coisa. É quase como uma dispensa. Primeiro é preciso retirar tudo para fora e acomodar de uma forma que nada quebre até decidirmos o que vai para a lata de lixo, o que é devolvido, o que é doado e o que volta de uma forma mais organizada.
Antes de selecionarmos o que nos é proveitoso precisamos limpar o local. Haverá algumas áreas dentro de nós que precisarão de atenção redobrada, onde talvez já até hajam teias de aranha e pequenos sinais de mofo, essas são as que merecem atenção redobrada. Outras áreas, descobriremos que são as que mais damos importância, elas estarão bem cuidadas. Já em outras áreas perceberemos remendos, talvez seja a hora de retirarmos esses remendos e tentarmos realmente consertá-las da forma adequada.
Depois de organizado o espaço todo começa a seletiva. Todas as pessoas possuem coisas que já são desnecessárias, sejam elas sentimentos, tralhas ou até algo que nos seja útil mas que toma espaço demais. Outras coisas deveriam ser devolvidas aos seus respectivos remetentes, um pedido de perdão, uma aceitação de desculpas negada, um abraço contido, um sorriso escondido. São coisas que acumulam em nós e que podem fazer falta aos outros.
Depois temos o que é doado, o nosso bom e velho tempo, a nossa atenção, nosso carinho, nosso amor e etc. Tudo isso deve ser doado, porque a medida que doamos também recebemos. Não são coisas que perdemos, mas que multiplicamos na medida em que repartimos.
E o que voltar, que seja organizado. Que cada coisa seja acomodada num local correto e estratégico, com uma importância medida e com o cuidado de não quebrar na volta.
E após toda essa limpeza e organização nós poderemos acumular mais novamente, sem nos sobrecarregar e sem nos privar de aprendizados novos. E, como qualquer dispensa que se preze, uma hora fechamos para balanço novamente.
Não espero que vocês entendam, são só pensamentos aleatórios.


"Ninguém sabe mexer
Na minha confusão
É o meu ponto de vista
Não aceito turistas
Meu mundo tá fechado
Pra visitação."

Coisas que eu sei - Danni Carlos

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Mundo Paralelo


É, é super bom ver o quanto a tecnologia tem avançado, ver o quanto poupamos tempo e dinheiro com ela por perto e ao alcance de todos. Mas tudo isso também traz coisas ruins. Nós buscamos através da internet uma forma de vida virtual, muitas vezes ela até faz jus ao que realmente somos, mas na maioria das vezes ela acaba se tornando tudo o que somos.
Em uma época da minha vida eu havia trocado meu nome e minha personalidade por um email e uma senha. Toda vez em que esse email era acessado meu mundo pessoal era aberto, era como se minha vida fosse ali, como se cada pequeno detalhe meu pudesse ser visto através de um perfil, de fotos e coisas escritas. Sabe, era até bonitinho, mas não era real.
O que me fez começar a mudar foi um email de um amigo, pois é, até a mudança incluiu tecnologia. Mas nesse email falava sobre parar de viver no mundo virtual e aprender a viver no mundo real. Eu tenho parado para pensar e não troco mais, de forma alguma, meu mundo real. É preciso mais do que um clique para me conhecer, mais do que meia dúzia de palavras para me entender, mais do que palavras bonitas para se tornar alguém na minha vida. E tudo isso eu só consigo através da vida real.
É minha vida, são as pessoas que passam por ela que marcam ela, são as pessoas que saem das poltronas cômodas de suas escrivaninhas e que se materializam na minha frente que realmente são parte da minha vida. Porque elas podem até ser reais e eu saber que elas estão em frente a um computador, mas isso é pouco. O fato é que a comunicação pela internet deveria ser um complemento de uma relação real, mas ela acaba se tornando a base dela. Pela internet não existe proximidade, não existe 'olho no olho', nós temos tempo para pensar e responder com as palavras certas. Mas tudo isso passa do virtual para o impessoal em apenas uma piscar de olhos.
Esses eram meus dois mundos, um paralelo ao outro. Hoje, eles apenas se completam. Ninguém vive apenas de computador e nem consegue viver apenas de vida real. A solução que eu encontrei foi gastar tempo com as pessoas da melhor forma possível, tentando não me prender ao que é mais rápido, mas ao que é melhor. Eu ainda tenho muito para aprender, ainda tenho que correr atrás de muitas pessoas. É, pessoas, aquelas reais, de carne, ossos e sentimentos, tudo isso junto e ao alcance dos olhos. Mas o tempo que eu deixo de gastar aqui, é o mesmo tempo que me sobra para fazer essas mudanças.

'Eu não tenho como te mostrar meu coração
Se eu continuar sentada aqui
Eu sou bem mais do que apenas uma garota virtual
Em todo esse tempo eu descobri
Que o que eu mais queria era estar perto
E por esse desejo desenfreado eu me afastei
Não corro mais tentando fazer tudo ao mesmo tempo
Mas corro de forma que os que realmente importam sejam alcançados novamente
Foi através de um mundo irreal que ouvi falar sobre uma vida além daqui
E é pra essa que a cada dia eu tento te transferir
Não sou aquela que tem todas as respostas na língua
Nem aquela que ri no final de cada frase
Mas vestígios meus são encontrados em detalhes desse mundo
Uma pequena parcela minha faz parte desse mundo também
Em todo esse tempo eu descobri
Que o que eu mais queria era ganhar tempo
E por querer tanto diminuir o esforço eu perdi o meu "eu real"
Não corro mais tentando inserir todos em minha vida
Mas corro de forma que um dia eu te alcance pra fazer parte dela.'

É uma música, ou era pra ser, não sei bem ao certo. Geralmente minhas letras não são divulgadas. E, sim, fui eu que compus. Ela não tem nome e foi feita exatamente agora.

P.s.: Esse meu amigo sabe quem é. E a ele eu devo muito mais do que meus sinceros agradecimentos, talvez eu deva uma grande parte de toda essa minha mudança, talvez fosse o empurrão que eu precisava. Por aqui eu deixo apenas meu muito obrigada. Tu vale ouro.


Bjs B.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Os Jovens da vez


As gerações passaram e nós nos tornamos os jovens da vez. Como jovens nós temos nossos sonhos, planos e também nossos medos e incertezas. Cada um de nós quer ser aceito mais pelo que é do que pelo que aparenta ser. Nós somos a geração que está construindo o amanhã. Estamos na melhor e na pior época de nossas vidas ao mesmo tempo.
Essa é a nossa vida e ela não volta. Época de amores e corações partidos, de sentimentos e desejos escondidos. Época em que queremos correr, correr sem parar, para qualquer lugar. Onde nosso mundo gira mais em torno de amizades e fatos do que ao redor da responsabilidade de prepararmos o chão do nosso futuro.
Nós queremos ser reconhecidos. Não por nossas atitudes (muitas vezes impensadas), nem pela aparência de nossos corpos e roupas. No fundo todos nós queremos o mesmo: mostrar quem nós somos sem ter medo de se deixar à mostra.
Ser jovem não é nada fácil. É o contraste de um pé na responsabilidade com o outro na infância inconsequente. É um período de transição. Nossos sonhos e planos estão saindo da gaveta buscando um espaço na nossa realidade, nossos medos e incertezas é o que podem definir, se vamos colocar tudo na gaveta novamente ou se vamos dar uma chance a nós mesmos. Essa é a chance. Dar um passo por nós e mostrar que o que temos por dentro vale muito mais!


"Novas maravilhas pra se admirar
Não me venha com a velha dor
O trem da juventude é veloz
Quando foi olhar já passou
Os trilhos do destino cruzando entre nós
Pela vida, trazendo o novo."

O Trem da Juventude - Os Paralamas do Sucesso
Bjs B. :*

sábado, 17 de outubro de 2009

Welcome.


Passar o dia com quase cinquenta mulheres de todas as idades, bem dispostas, sorridentes e com um diferencial em comum e não ser contagiada por isso é IMPOSSÍVEL.
Sabe, mulheres de gerações diferentes, que vivem no mesmo mundo, mas tem realidades diferentes. Mulheres que tem garra e força de sobra, que caem sim, mas não ficam no chão. Mulheres que me fizeram me animar de verdade, não uma animação passageira, mas aquela que fica, uma vontade de falar, cantar, gritar, berrar a plenos pulmões que vai ficar tudo bem.
Experiências de vida compartilhadas, umas ouvindo as outras, momentos separados em pequenos grupos ou duplas. Momentos de edificar e ser edificada, de ouvir a Deus através de mulheres que não são nada perfeitas, mas que se deixam ser usadas para a obra dEle.
Sabe, chega. Eu estou realmente disposta a aprender, mas não da minha forma, não como eu imaginava. Deus está me mostrando um plano que é bem melhor e mais perfeito.
Ele tem traçado cada milímetro do caminho que Ele quer pra mim. E, sabe, muita coisa ainda acontece e tenta me atingir mas eu tenho Alguém que leva cada pedrada por mim. E assim está bom, porque não cabe a mim sofrer, Deus não me fez pra isso.
Eu decidi minhas prioridades e nelas, por enquanto, está Deus e a minha vida. O resto será acrescentado, talvez não da forma como eu quero, mas da melhor forma. E mais uma vez isso basta. Nada que os outros falem ou façam pode impedir os planos de Deus, então assim ó: chega de tentar manipular os fatos pra tentar não sofrer. Se for a vontade de Deus eu e todo mundo sabemos que lutar contra é besteira.
Bem-vindos ao meu mundo real, onde o normal está em um mundo paralelo e onde Deus move e segura tudo acima, porque eu não preciso de nada mais.


"Ter em meus olhos as marcas da dor
Por ter ferido teus sonhos pra mim
Posso em teus braços sentir o calor
Traz aos meu lábios teu toque de amor."

Vim Dizer - Tanlan
Bjs B.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Bumerangue


Já tentei de tudo pra reagir, tentar sair dessa. Me obrigaram a reagir e, apesar do meu medo de sair de casa, eu saí. De nada adiantou. Eu guardei tudo dentro de mim, faz quase um mês, agora eu abri a situação para as pessoas mais próximas. De nada adiantou. Tentei sorrir, sair, ver pessoas, me divertir, me distrair. De nada adiantou.
Eu preciso de uma cura para toda essa tristeza, alguma cura desconhecida por mim, algo que faça efeito. Já não dá para viver com tamanha tristeza. As pessoas insistem em dizer que eu devo mandar a tristeza embora e ser quem eu sou. Mas sabe, parece até cômico isso, porque eu não faço ideia de como eu já fui, parece que a tristeza sempre me acompanhou.
Eu preciso de uma família, todos precisam. Eu tenho uma, mas ela parece estar preocupada demais com uma outra situação do que preocupada em ser uma família. Não culpo nenhum deles, não me culpo por isso também, já me tornei codependente de toda essa situação.
Às vezes eu entro em casa e subo direto para o meu quarto e eu penso em quantas vezes eu pensava ter problemas que durariam para sempre. Até eu perceber que nada se comparava com isso, nada havia me deixado tão impotente e fraca. São esses os problemas que não são passageiros, são esses os problemas que tiram meu ar, minha paz, minha alegria, minha vontade de viver.
Eu não faço ideia do porque eu ainda estou aqui para escrever, para contar o que acontece, para tentar reagir. Eu não quero reagir, é apenas esforço em vão. Eu já implorei pra morrer, já caí de joelhos implorando pra que minha vida fosse cortada, pra que eu pudesse terminar com essa dor. Mas Deus insiste em me manter viva, insiste pra que eu levante e corra, insiste pra que eu reaja. Só que todo esse esforço apenas me tira mais as forças, que eu já nem possuo, e como um bumerangue ele volta e me atinge, me deixando no chão indefesa novamente.


"Eu não tinha estas mãos sem força, tão paradas e frias e mortas; eu não tinha este coração que nem se mostra. Eu não dei por esta mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: - Em que espelho ficou perdida a minha face?" Cecília Meireles

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Desabafo


Okay, já estava na hora de desabar novamente. Eu sou uma pessoa feliz, mas uma pessoa a quem coisas tristes acontecem, o tempo todo. Eu cansei de guardar pra mim o que acontece e ao mesmo tempo minhas pernas tremem só de pensar em compartilhar isso com outra pessoa.
Qualquer um em sã consciência saberia que eu estou ficando louca, que não bato bem da cabeça e que eu estou esperando que um raio caia duas vezes no mesmo lugar, em mim. Eu tive uma coisa por muito tempo, há alguns meses eu ganhei isso, sem sequer pedir, sem merecer, mas ganhei e foi um dos maiores presentes da minha vida. Até que eu decidi, por livre e expontânea burrice largar meu presente e optar por algo incerto e frustrante. Sabe, nesse meio tempo eu cresci muito, aprendi a dar valor ao que eu tenho e, mais, aprendi a dar valor ao que eu quero. Meus sentimentos não podem simplesmente ser ensacados e mandados de volta ao remetente. São meus sentimentos, parte de mim, parte do meu cotidiano. Eles não movem toda a minha vida, mas também não são parte descartável. Meus sentimentos devem ser menos importantes que Deus na minha vida, eu fico me repetindo isso o tempo todo e, sabe, eu estou aprendendo que meus sentimentos, assim como todo o resto de mim, estão nas mãos de Deus. Eu tenho esperado por um milagre, algum sinal de que o coração que eu tenho em uma caixinha preso a uma corrente não seja só mais um acessório, mais um objeto qualquer. Eu sei, esse milagre parece cada vez mais inalcansável para mim, os dias se arrastam e me arrastam junto e nada, absolutamente nada, me faz ver uma forma dessa situação mudar. Eu já cansei de derramar lágrimas, de tentar demonstrar o que sinto, de tentar reconstruir uma vida que um dia me pertenceu e que agora está no chão despedaçada.
Eu estou cansada, realmente cansada. De levar patadas enquanto eu espero esse milagre aparecer. Cansada de chorar o tempo todo. Eu sei, eu ando um poço de emoções e nem escondê-las mais eu consigo. E até descobri porque não consigo esconder, porque eu estou aberta em feridas e tudo que deveria ficar dentro está mais exposto que nunca.
Eu sei que de alguma forma eu amadureci com tudo isso. Sei que não sou mais a Bah de um mês atrás. Uma Bah mais triste, mais marcada pela dor e até sem tanto senso de humor. Mas uma Bah diferente, entrando no mundo adulto, da pior forma talvez, mas aprendendo a tomar decisões, a esperar em Deus e agindo.
Chega a ser ridículo de tanto que minha vida mudou, minha casa nunca foi tão sem significado pra mim. Parece que quando eu entro nela os meus problemas só aumentam, multiplicam, porque dentro dela tem eles também.
E ainda assim tudo o que eu consigo escrever é sempre sobre o mesmo assunto, pensando sempre na mesma pessoa, pensando sempre em cada coisa que eu podia ter feito diferente e também que de passado ninguém vive. É, no fim eu descobri um meio-termo em uma parte da minha vida, a parte em que eu corro atrás do que eu quero, mas não tanto a ponto de me perder. A parte em que eu escrevo sempre sobre a mesma pessoa, mas não publico pra não ser chata e inconveniente. A parte em que eu ajo, mas deixo Deus tomar conta. A parte em que eu choro, mas tento me levantar.
Eu queria ter tido tempo para provar o que Deus e meus pais já estão carecas de saber. Eu queria mostrar a cena daquela noite em que Deus me transportou pra perto de ti pra fazer eu me sentir em casa. Eu queria fazer teus olhos verem teu sorriso como eu vejo e ao mesmo tempo fazer teu coração sentir o que o meu sentia diante da alegria estampada no teu rosto. Eu queria mais do que eu posso. Todas essas coisas que eu queria te mostrar ficarão em mim, intactas por mais que o tempo passe e não serão alteradas e nem movidas do lugar que elas pertencem. Porque onde todas elas estão é onde eu quero te deixar e onde eu esperava que tu quisesse permanecer.
Assuntos encerrados, textos que continuarão no papel, pedidos desesperados que serão ouvidos apenas por Deus, lágrimas que serão sentidas apenas pelo meu travesseiro e que serão escondidas no escuro do meu quarto todas as noites. Visíveis ficam apenas as mudanças. Todo o resto continuará espalhado no meu quarto, entre as minhas coisas, na minha memória, no meu coração, e em cada pequena parte do meu mundo onde cada lembrança permanecerá viva e inalterada.


"Por eu te falar eu te assustarei e te perderei? Mas se eu não falar eu me perderei, e por me perder eu te perderia." Clarice Lispector

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Pela Estrada


Porto Alegre, Madrid, Londres, São Paulo, Nova York, Rio de Janeiro...

O que fazer quando meus pés se encontram na minha cidade e meu coração me leva pra fora?

Sair, viajar, conhecer pessoas novas, ter que me virar sozinha para me manter em qualquer lugar. Eu quero aprender, quero sair daqui, quero ver o mundo com os meus próprios olhos, quero ir além dos livros, quero que meus pés conheçam as cidades e que as cidades me conheçam. Quero ir além do que muitos foram. Ir para adquirir coisas para meu crescimento, minha cultura e formação. Preciso de um tempo no meio de muitas pessoas mas que ninguém realmente me entenda, preciso de agitação, de pessoas correndo loucamente, preciso presenciar cenas inesquecíveis. Ver, ouvir e armazenar o que cada lugar tem de bom, o que cada povo e cada cultura podem me acrescentar. Preciso de ar, de vida, preciso de mais aventura e menos comodismo. Preciso perder por um tempo quem eu tenho para descobrir o valor de cada um. Quero e preciso disso tudo. E depois quero e preciso voltar.

Voltar pra quem me conhece, pras pessoas que eu amo. Voltar pra compartilhar experiências, para mostrar que a estrada me fez mudar, me amadureceu, me mostrou que a vida é dura pra todos ao redor do mundo e que eu sou apenas mais uma no meio de seis bilhões de pessoas que tem que aprender com ela. Voltar porque é conveniente, porque ninguém sobrevive como andarilho. Voltar porque eu tenho família, porque eu tenho amigos e porque o meu tempo sozinha chegou ao fim.

Quero voltar quando a caminhada se tornar exaustiva e quando eu tiver o que trazer de proveito. Não quero voltar sendo a mesma, quero que as marcas do tempo longe de casa me tornem mais forte por fora e mais amável por dentro. Quero ter nas mãos as marcas de dias duros e pesados e nos olhos o brilho da saudade. Saudade da minha terra, da minha casa, de quem um dia me pertenceu. E aí sim, voltar.


"Vou ver o mundo tendo o mundo como anfitrião."

O Viajante - Forfun


"Isso não é um pássaro, nem um avião.
Isso é o meu coração, e está indo, e indo por aí."

Superhuman - Chris Brown


Bjs B.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Feeling


Sentimento é coisa séria. Cheguei a conclusão de que ninguém tem o direito de ignorar, desprezar ou duvidar do sentimento de outra pessoa. Sentimentos podem até ser passageiros, mas na hora eles são importantes. Fazer pouco caso disso é matar um pouco da habilidade de sonhar que existe dentro de cada um de nós. Abafar um sentimento nosso é a forma mais rápida para abafarmos nossas personalidades e grande parte de nosso caráter.

Sentimento é para se sentir. Podemos mostrar, mas apenas olhos ligados a um coração serão capazes de ver. Podemos escrever, mas apenas dedos conectados a um coração serão verossímeis ao que se sente.

Eu tomo cuidado com o sentimento dos outros levando em consideração os meus próprios. Não ignoro uma lágrima porque sei que as minhas não podem ser ignoradas. Não menosprezo um sentimento de amor porque sei que o meu sentimento, ao meu ver, é gigante o suficiente. Não ignoro um sentimento porque os meus não ficam como segundo plano.

Meus sentimentos expressam minha condição, mas não me definem. Ouvi essa semana que não podemos deixar nossos sentimentos serem maiores do que Deus é em nossas vidas. Sabe qual a melhor parte? Ele toma conta de cada sentimento nosso. Não só porque Ele vê o que nós sentimos, mas porque Ele já sentiu isso também.


"Para estender as mãos com Suas mãos
Para aprender através de Seus olhos
Para amar com o amor de um salvador
Para sentir com Seu coração
E para pensar com Sua mente
Eu tenho entregado meu último suspiro
Pela Sua glória"

In Me - Casting Crowns


Bjs B.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Questão de Tempo


Minha rotina já nem existe mais. Não me alimento nem bem e nem nas horas devidas, não consigo dormir apesar do cansaço e as poucas horas que tenho de sono são conturbadas e se tornam uma luta pessoal e inconsciente todas as noites. Estudar é difícil, os conteúdos perdem espaço pros meus pensamentos, o tempo todo.

Eu lembro e relembro de tudo que aconteceu, tento virar a página mas ela insiste em voltar e tripudiar em cima de mim. Eu sento na frente do computador, eu escrevo, eu apago (eu apago mais do que escrevo) e, no fim, não envio nada. As coisas mudam em questão de dias.

Minha determinação de escrever e enviar ficou lá atrás, em um tempo em que tudo fazia sentido, bem mais do que agora.


"E outra vez eu vou embora sem saber o que falar"
B.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Coisas que eu não sei dizer...


Hoje bateu saudade, aquele aperto no peito, aquele sentimento de distância forçada. Não gosto de falar de saudade, parece que as palavras nunca traduzem o quanto nosso coração sente. Não é dor, não é alegria, nem tristeza, nem nada. É saudade, e todos os usuários da língua portuguesa sabem bem do que estou falando, porque é inevitável.
Saudade não é algo que dá e passa, mas algo que inicia e permanece. Saudade é bom em alguns momentos como, por exemplo, quando não sabemos o real valor de alguém a distância é um bom medidor. Mas saudade pode ser "ruim" também, pode ser saudade de algo que não volta mais e isso que dá aquela velha sensação de aperto no peito, porque essa é a saudade que permanece.
A saudade com o tempo acostuma, se acomoda e se mantém ali, meio camuflada, mas ainda assim, viva. Ela tem momentos de pico, nos quais a maior vontade que temos é de sair correndo e vencer essa distância.
Tem também a saudade que não é medida em quilômetros. Essa, no meu ver, é a pior de todas. Ela é causada pela distância de corações e pensamentos, essa é a mais complicada, porque quando ela bate, você sabe que em quinze minutos você pode olhar àquela pessoa e em um olhar tentar vencer todos os sentimentos de distância. Mas nem sempre é tão fácil.
Eu fico com a saudade que pode ser medida por quilômetros. Às vezes a saudade que necessita ser suprida com uma viagem de avião ao redor do mundo é bem mais fácil de matar do que aquela que envolve corações e mentes, essa saudade não tem definições.

'I don't want to think of the distance that keeps us apart'

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Bolha (:


A maioria dos textos que escrevo sempre são sobre o contraste com o nosso mundo conturbado. Escrever sobre tragédias do cotidiano da população é um fardo, apresentar formas de fugir dessa loucura é minha vida.

Não gosto de chamar de fuga essas atividades, mas o dicionário me boicota nesse quesito. Cada pessoa tem seu próprio método de fuga. Essa fuga do mundo é nossa pequena bolha, onde tudo passa pela nossa cabeça, mas nada de fora nos atinge. A minha "bolha" é simples, preciso apenas de papel e caneta para me separar do mundo. A do meu pai é jogar tênis (faz tempo que ele não joga :S), a da minha irmã é ir pra festa e dançar, a da minha mãe é fazer crochê. E assim vai, cada pessoa arranja uma forma mais criativa que a outra para se manter dentro do seu próprio mundo por um pequeno espaço de tempo. Por um tempo isso é bom, o que não é saudável é se fechar para o mundo permanentemente. Apesar de ser bom termos apenas nossos pensamentos na cabeça por um tempo, é bom também termos a quem ouvir, com quem conviver, com quem contar.
Cada um tem sua própria forma, da mais simples até a mais sofisticada de encontrar esse pequeno ''escape". Não importa a maneira, o que importa é o efeito.
Qual é a sua bolha?

"Aproveitar a tarde
Sem pensar na vida
Andar despreocupado
Sem saber a hora de voltar..."

Além do Horizonte - Roberto Carlos/Jota Quest

Bjão B.

sábado, 3 de outubro de 2009

Indiretamente Direta


"[Eu] pensava que nós seguíamos caminhos já feitos, mas parece que não os há. O nosso ir faz o caminho." C. S. Lewis


Se o ir faz nosso caminho, então eu simplesmente vou, não importa pra onde, nem quanto tempo vai levar pra chegar, mas o que vou encontrar pelo caminho. Não sei como vai ser a caminhada e, imagino, será tortuosa e esburacada. Do meu lado continuam as pessoas de sempre, aquelas que o tempo e as mudanças não levam embora. E as outras vão ficando para trás em partes do caminho em que chamo de memórias.

São fases. Eu estive parada muito tempo pra sequer saber como andar, era muito mais fácil continuar parada, mas tudo está andando e ficar pra trás já não pode mais ser opção. É ruim saber que depois de começar a me recuperar vem algum fato e me coloca na mesma desolação de antes (eu esperava que o silêncio viesse antes e não agora, quando acostumei meus ouvidos às vozes).

Mas se não existem caminhos já feitos então cabe a mim romper com esse silêncio, não agora e muito menos nesse meu estado. Eu ainda me vejo sendo carregada no colo por Deus, ainda preciso ganhar forças pra poder caminhar com minhas próprias pernas. Preciso mudar algumas coisas, preciso ouvir mais e falar menos. Preciso de mais atenção e, com certeza, continuar agindo. O resto Deus recupera com o tempo, se Ele achar que vale a pena.


"Dar um passo para fora da minha zona segura."

Voice of Truth - Casting Crowns

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Talvez, esperança


Acordar continuou sendo um peso e, principalmente, porque agora eu estou doente. Minha voz entrega minha dor de garganta, meus espirros e tosse entregam minha gripe. Meu desânimo entrega meu coração.

Hoje consegui ver um pouco mais claramente que, agora, isso é bem ruim, consome meu tempo, minhas energias e também minha saúde. Mas a longo prazo vejo coisas boas, na verdade não as vejo, mas sei que elas já estão preparadas para vir à tona.

Não tenho forças e muito menos vontade de sair dessa situação, isso consome tudo que eu tenho e, no momento, só tenho o peso do meu coração e a minha dor. Mas posso agradecer a Deus, porque hoje as lágrimas ficaram presas, tentaram sair, mas eu consegui controlá-las. Isso é um bom sinal não é?

Ainda tenho medo de voltar a viver, não me vejo pronta pra voltar com minhas atividades, com meus planos... Tenho medo de voltar a sonhar.

Faz quase uma semana e eu só parei pra perceber isso hoje. Percebi que perdi a noção do tempo, perdi a vontade de viver, perdi grande parte de mim. Esqueci que eu tinha humor, esqueci de como se sorri, esqueci que levantar da cama de manhã não é suficiente, é necessário acordar.

Eu realmente tinha me esquecido de como é ter amigos por perto. Eu afastei todos na tentativa de fugir de mim mesma (e essa é a mais pura verdade). Não sei se estou pronta pra ter tantas pessoas perto de novo, não sei até onde quero que elas tomem lugar na minha vida, tenho medo de que eu aproxime cada um deles para machucá-los.

E a grande jogada nisso tudo tem sido meu medo. Tenho medo de tudo. Estou aprendendo a perder o meu maior medo: segurar. Segurar na mão de Deus e ver Ele agir, segurar na mão dos meus amigos e caminhar com eles ao meu lado, segurar na corda que pode me tirar desse buraco.

E sabe eu não tenho me segurado em nada, mas tenho visto Deus, dia após dia, segurar meu mundo. Eu estou aprendendo com O Melhor.

E é isso, não vejo a solução, não tenho coragem pra sair dessa situação, não consigo ver um futuro bom e muito menos ver os frutos que tudo isso pode trazer. Mas hoje o céu amanheceu mais azul e a minha esperança, por mais que esteja por um fio, ainda não morreu.


"Já não sei onde eu tô indo
E nem se vou chegar
Mas eu corro pra praia
Conversando e dirigindo pra lugar nenhum
Por mais que a chuva venha sempre tem um céu azul
Mas eu vou em frente
Se eu cheguei até aqui eu não vou desistir
...
E ouvindo o som bem alto cansado de chorar..."
Vou em Frente - Forfun

"Se te dizem que eu ando mal,
Eu te juro que isso vai passar.
Se você pensa que eu não sou feliz
Eu vou sobreviver..."

Celestial - Rebelde (decadência, sim, eu sei)

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Dia 4 :S


Vale mais a pena contar os dias nos títulos dos posts do que tentar pensar em algum título que beire a decência. Então, bem-vindos ao fim do dia 4.

Finalmente o dia amanheceu da forma como meu coração se encontra: chuvoso, frio, cinza e deprimente. Eu ainda não encontrei solução pra sair dessa situação, não sei o que fazer, como agir, realmente, me sinto cada vez mais perdida.

As lágrimas ainda escorrem, elas ainda consomem grande parte do meu dia e, embora as coisas estejam um pouco mais calmas, meu coração ainda dói.

Sabe, tenho aprendido muito com essa situação só que nada que eu tenha aprendido eu estou conseguindo realmente por em prática, porque as poucas forças que eu consegui juntar são todas canalizadas para me levantar da cama de manhã, e isso já é muito.

Sabe, o fato de o tempo passar não altera em nada o que passa dentro de mim. Continua tudo exatamente igual e essa parte machuca muito, ver que nem o tempo faz curar um coração despedaçado como o meu.

Minha rotina continua a mesma, mas cansa ver as pessoas tentando me levantar e falharem vez após vez, me machuca ver o quanto eu posso afetar as pessoas que me cercam.

Eu queria poder pegar um avião pra uma ilha deserta qualquer e ficar por lá por um bom tempo, longe das pessoas, longe até, se eu tiver sorte, da minha tristeza. Mas eu simplesmente não posso e nem sei se encontraria alguém que me levasse pra um lugar assim. O que me resta é esperar pelas poucas horas em que eu fico ilesa de dores e deixo as pessoas longe disso também, que é durante a noite, onde todos dormem e saem um pouco dessa realidade. Todas as outras horas eu tenho tentado, inutilmente, encurtar.

"Jesus, Você pode me mostrar como é distante o leste do oeste?
Porque eu não posso suportar ver o homem que eu tenho sido
...
Hoje eu me vejo como sendo um erro afastado
De Você, desta maneira..."

East to West - Casting Crowns

"Jesus tome a direção,
Tome das minhas mãos
Pois não posso fazer isso sozinha..."

Jesus Take the Weel - Carrie Underwood