terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A Obra Perfeita


Cabelo, espinhas, gorduras localizadas, músculos, barriga definida, olheiras. Vivemos a vida toda nos preocupando com nossa aparência. Nunca estamos satisfeitos. Quando ficamos satisfeitos com alguma pequena parcela de nossa aparência ressaltamos outros defeitos para que precisemos desesperadamente mudar. Bom, eu e todo o resto da humanidade somos assim, buscamos uma perfeição que não existe. Nós nos apegamos firmemente em um padrão que a sociedade exige, sendo que nem sempre o que a sociedade dita é o melhor ou mais saudável. Esse padrão imposto, por nada mais nada menos que humanos imperfeitos também, pode gerar graves problemas depressivos, anoréticos e até obcessivo-compulsivos. Se a busca pela aparência perfeita é tão correta assim, então por que pode nos acarretar tantos males?
Aceitar seu corpo da forma como ele é. Ser baixinho, ruivo, magro demais, gordo demais, talvez seja apenas uma questão de genética. O que vale mesmo é mudar quando se trata de saúde. A questão estética pode até ser importante (para nossa auto-estima ou aceitação pessoal), mas não deve se tornar uma obrigação. Nossos próprios limites devem ser respeitados. Cada um tem um corpo, um cabelo, uma altura, uma gordurinha a mais em algum lugar. Mas todos nós fomos planejados e criados dessa forma, tão única e tão especial.
Desprezarmos nosso próprio corpo é uma forma de ingratidão, com Deus. Ele levou tempo para nos planejar, para desenhar cada pequeno detalhe do nosso corpo. É dessa forma que Deus nos planejou. A obra perfeita de Deus. Perfeita e tão singular. O que é a sociedade comparada ao tamanho de um Deus Criador que sonhou com cada detalhe da nossa aparência?


'Você tem essa aparência por uma razão. Nosso Deus não cometeu nenhum erro. Ele o teceu no útero, você é exatamente o que ele quis fazer.' Russell Kelfer

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A Hora


Vocês já imaginaram quantas coisas 'crescer' envolve? Nossa visão de mundo, amizades, assuntos, rotina, hobbies, etc, etc, etc... Crescer nos faz mudar. Assumir, sim, novas responsabilidades, mas também deixar outras para trás. Crescer muda tantas coisas que chego a me perder em meio a tanto 'troca troca'.
Vocês já pararam pra pensar em quanta coisa mudou de um ano pra cá? E de como elas vão mudar e daqui a vinte anos já vai estar totalmente diferente? O casal do ensino médio pode estar casado, o grupo de amigas inseparáveis pode continuar se encontrando, o guri bagunceiro pode virar um grande empresário, aquele professor que desapareceu junto com a nossa saída da escola pode, num dia casual, cruzar nosso caminho e nos parar pra dar oi.
Só sei de uma coisa: tudo isso são apenas possibilidades. Não posso evitar essas mudanças e, mesmo se pudesse, não evitaria. O mundo gira e o tempo passa o suficiente para que cresçamos e amadureçamos diariamente. Uma perda, uma vitória, uma pequena ida para o hospital, um momento de reflexão, tudo. Tudo pode nos fazer mudar e querer essa mudança. Eis que chegou a minha hora da mudança. Dar um basta em grande parte do passado e erguer a cabeça pra enfrentar o futuro. Com Deus mostrando o melhor caminho a seguir, de mãos dadas com os meus 'poucos e bons', um sorriso no rosto, coração fortalecido, mente focada num Único Alvo e, o mais importante, com a certeza de uma mudança para melhor. E sempre para melhor. Que as possibilidades sejam trocadas por coisas reais e concretas.

'Escrevendo momentos na parede com cores diferentes.' Jason Reeves

'A gente está no mundo para crescer, e cresce com as experiências, sejam elas boas ou más.' Elizabeth Taylor

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sem mais Olhar


Saber que eu podia ter feito tanta coisa diferente em toda a minha vida simplesmente me consome. As vezes é fácil fingir ou somente controlar essa decepção a que eu mesma me sujeitei, as vezes não. Se eu pudesse ao menos uma vez voltar e fazer as coisas diferentes, sabendo tudo que eu sei hoje, eu voltaria e trocaria as coisas de lugar. Daria mais valor a mim mesma, daria ouvidos às pessoas que eu deveria ter dado, esperaria ao invés de sair correndo, fugiria do que eu deveria ter fugido, bateria de frente com algumas das coisas que por medo ou insegurança eu não enfrentei. Talvez eu errasse, mas talvez não errasse tanto. Eu poderia evitar algumas tristezas, evitar até algumas amizades, evitar esse modo de viver "sorrir chorando". Bom, se tem algo que eu aprendi em todo esse tempo é que por mais importante que seja, por mais nobre que seja a causa, não tem como voltarmos ao passado e mudarmos qualquer coisa que seja. Mas eu posso mudar meu presente pra ter um futuro diferente. Não cometer os mesmos erros. Deixar que Deus cuide de mim, que Ele me mostre o melhor. Fraca. Relembrando o passado todos os dias, o dia inteiro. Não é o estilo de vida que eu quero, mas é como me encontro.
Eu estou bem, mas ainda tenho algumas peças pra recolocar no lugar, ainda tenho algumas pra consertar, não é do dia pra noite que isso vai mudar. Hoje me é dada, nos é dada, a chance de um recomeço, seja qual for nosso passado, seja lá qual forem nossas frustrações. Ainda dá tempo de mudar, de seguir pelo caminho certo, por um caminho diferente do que seguimos no passado, é só nós querermos ver esse caminho. Precisamos aceitar que estávamos errados, decidir mudar, fazer algo para que a mudança ocorra e precisamos permanecer nesse caminho. Não, não é fácil. Muitas vezes nosso instinto vai nos dizer para corrermos e desistirmos, nos dizendo que a queda é certa, mas se nos apoiarmos na Pessoa Certa, então, aí sim, nós poderemos ter a vitória garantida. Não estou 100% melhor, mas as lágrimas essa noite já secaram.

'Nós não estamos ficando mais jovens, e eu não vou olhar pra trás, porque não adianta, é hora de seguir em frente!' Paramore

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Certeza dos Olhos


As vezes a única coisa que nós precisamos é de um abraço ou um pouco de atenção. Um ombro pra chorar ou um colo pra deitar. Um pequeno elogio sincero ou qualquer coisa que não seja uma crítica. As vezes precisamos ver o amor, nem sempre só saber que ele existe é suficiente. Pequenos gestos, palavras, demonstrações. Ninguém morre por demonstrar carinho, amor, afeto. As vezes mais do que a certeza da mente e do coração nós precisamos daquela ao alcance dos olhos. Quando tudo se torna mais complexo de se entender, quando o coração não consegue mais sozinho, quando o mais simples é a única coisa que conseguimos ver. É aí, exatamente nesse ponto, em que precisamos daquela demonstração. Na saudade que já não é compreendida no silêncio, uma ligação. Na amizade, um encontro marcado. No amor, um botão simples e delicado de rosa. Não demonstramos pelo medo de nos expormos demais, a única forma de sermos vistos é nos mostrando. Alguém arrisca?

"Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara.' Lenine

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Eu


Bom, 2010 chegou e só pra não deixar passar em branco o começo dos posts desse ano: Feliz Ano Novo. Mas é só isso que tenho a declarar sobre esse ano por enquanto. Me peguei com umas ideias meio novas e, bom, vamos ver no que isso dá.
Nasci em 1993. Não sei o nome da minha mãe biológica e muito menos do meu pai, não tenho o interesse de saber. Fui adotada com um ano e três meses, em agosto, por uma família no mínimo peculiar. Pais bem diferentes, uma mãe pensadora e um pai sentimental, um irmão e uma irmã adotados também, cada um de uma família diferente, assim como eu. Desde pequena eu tive um grande diferencial dentro de casa, meus pais conheciam um Deus e desde pequena eu ouvia histórias desse tal Deus, eu sabia que Ele tinha feito grandes milagres na vida de muitas pessoas e que Ele as amava, e naquela época isso era suficiente. Eu fui crescendo. Como toda criança eu entrei para a escola, fiz amigos que duram até os dias de hoje. Aprendi a ler, escrever e, na época, até a dançar balé e jazz. Troquei de escola, tive que aprender a fazer novas amizades, a me adaptar em um lugar totalmente diferente do que eu estava acostumada. Dentro de casa eu ainda era meio alienada aos fatos, pra mim era quase impossível entender completamente que as coisas não iam bem, que meu pai estava começando um negócio novo somente dele, que minha mãe estava ficando realmente doente, que meu irmão tinha problemas que eu nem sequer sabia direito do que se tratava, que minha irmã já não achava suficiente o amor daquele Deus. Não foi uma época fácil, foi uma transição, a primeira delas. Era a minha vez de largar as bonecas para tentar entender que havia um 'colapso' e que eu estava dentro dele. E apesar de todas essas novidades entrando a vida continuava, eu continuava. Na minha sétima série eu conheci meu espinho, o problema com o qual eu lutaria pelos próximos anos sem nem ao menos saber disso naquela época. Foi um ano conturbado, o ano em que aquele Deus era mais uma pedra no meu sapato do que um Cara que valia a pena ouvir as histórias. Enquanto tudo me pedia um pouco mais de calma, me pedia pra que eu vivesse minha pré-adolescência intacta, lá ia eu buscando minhas primeiras marcas permanentes. Minha vida começou a virar uma montanha-russa, eu até entendia que aquilo não era o melhor, eu só não sabia como desistir daquilo. O ano seguinte foi um ano inteiro onde eu me agarrei naquele Deus dos meus pais, e aquela primeira marca doía (e doía muito!) e parecia que nada fazia ela desaparecer. Até que no ano seguinte Deus me mostrou que as coisas trocavam de lugar e que aquela dor, que uma vez era o centro de tudo para mim, já não precisava mais ter lugar na minha vida. Aquele Deus que eu não compreendia começou a colocar pessoas escolhidas a dedo na minha vida, pessoas que me fariam mudar e entender um pouco mais da grandeza Dele. E, apesar de dentro de casa as coisas só piorarem, eu sabia que comigo as coisas iam bem, porque tinha Alguém que segurava tudo por mim.
No ano seguinte, 2008, aquele espinho voltou a cutucar e mais uma vez eu me machuquei, encontrei uma marca um pouco mais profunda do que aquela da minha pré-adolescência, descobri como era não ter amigos, como era mentir para os outros e para mim mesma. Perdi o que para mim era mais importante, comecei a olhar mais para a minha família e, cada vez que eu olhava mais de perto, mais falhas eu encontrava e mais eu via como era difícil o conserto. E, mais uma vez, o tempo continuou passando, carregando com ele cada pequeno detalhe do passado.
O ano seguinte, nosso tão 'querido' 2009, veio com tudo ao extremo para mim, vida com aquele Deus ao extremo, mancadas ao extremo. E aquela montanha-russa era maior, quanto maior a altura que eu subia, maior era a queda. Até que eu percebi que minha montanha-russa era um abismo. Ela não subia, não mais. Mais uma vez meu espinho veio me incomodar, veio marcar presença. E ele marcou, através de cortes. Um corte atrás do outro, uma tentativa de mudança atrás da outra, até que na ante penúltima eu desisti. Eu estava sinceramente cansada de tentar não me cortar, era bem mais fácil só deixar que aquele espinho me atormentasse continuamente. Foi uma época difícil. Não digo que ela tenha valido a pena, mesmo que eu tenha crescido, não é sempre que precisamos aprender pela dor, eu não precisava, eu escolhi essa forma. Não sinto culpa, pelo menos não o tempo todo, porque descobri que não vale de nada apenas se afogar num mar de culpa e não se mover para mudar e não mais se sentir assim. Deixei de ouvir as pessoas, porque eu sempre me importava demais com o que elas diziam e, as vezes elas tinham razão, mas não era sempre. O que elas falavam atrapalhava mais do que ajudava, tive que deixar aquele Deus me mostrar quais eram as pessoas que eu deveria ouvir e levar em consideração. Parei de me cobrar tanto, não busquei mais a perfeição em ninguém, porque o que menos se encontra em mim é perfeição.
Bom, meu espinho continua ali, minha meta para esse ano e para todos os seguintes é lutar contra ele, mas não deixar mais que ele me machuque. Eu ainda erro sim, ainda quebro muito a cara, me decepciono comigo mais do que queria. Já tenho uma pequena, mas significativa, base do que é certo e o que é errado. Tenho meus princípios, apesar de nem sempre conseguir segui-los a risca. Tenho ainda uma vontade dentro de mim, vontade de vencer, vencer pra meu próprio benefício. Tenho ouvido que Deus vai suprir cada necessidade minha, porque Ele conhece elas, tenho esperado para comprovar a veracidade dessa frase. Quero esperar para ver ela se cumprir, quero acreditar nela.
Eu não sou o que o tempo moldou. Sou um pouco da lapidação dos anos e, ainda, um pouco do que trago desde pequena, da minha criação. Hoje, eu posso contar histórias desse tal Deus. Eu sei que Ele tem feito grandes milagres na minha vida e que Ele me ama e, agora, isso é mais do que suficiente.

'Eu vivia uma vida só para mim, e alcançava as coisas que me destruíam. Era tão doente de invejar a vida dos outros. Acreditando de alguma forma que eles tinham o que eu precisava. O meu Deus é o suficiente para mim. Este mundo não tem nada que eu preciso. Nesta vida inteira eu percebi que o meu Deus é o suficiente, o suficiente pra mim. Eu não consigo explicar o porquê eu sofro. Embora eu viva para Ti, aqueles que te negam enfrentam isso melhor do que eu. Cubra meus olhos agora de forma que meu coração possa finalmente ver que no fim só Você significa algo. A quem tenho eu no céu além de Ti? Não desejo nada além de Ti. Meu coração pode falhar, mas Você não, Você é meu para sempre.' Barlow Girl