
Tudo nesses últimos dias mudou. TUDO. Pra pior :/
Por favor, saiam desse blog rápido, é só mais um post depressivo. Eu só estava precisando escrever, não precisa ler.
Eu acordo de manhã com a voz do meu pai porque nem meu despertador consegue me tirar da única coisa boa que eu ainda possuo: minhas horas desacordada. Quando ele me acorda o mundo lá fora começa a cronometrar cada segundo do meu dia, já eu, fico esperando que a noite chegue de novo e que depois das lágrimas o sono venha e descanse ao menos meus olhos.
Vou pra escola, a única forma de aglomeração de pessoas da qual não consegui convencer meus pais a me livrar. Sabe, eu já estive mal muitas vezes, mas sempre consegui forçar um sorriso, e me arranca o coração ver que eu faço mal pra quem está perto por eu mal ter vontade de falar com eles.
Volto pra casa, e as voltas da escola nunca foram tão silenciosas como agora, não faço mais piadas, não conto meu dia escolar, não conto novidades, porque elas não existem mais, não me interessam.
Chego em casa, almoço, lavo a louça e, talvez, essa seja a única parte de todo o meu dia que ainda pareça com o que foi uma vez. Só que eu não canto mais as músicas que minha irmã coloca pra tocar e não danço mais, minha vontade é me enfiar pelo ralo junto com a água suja da louça.
E depois disso vem a parte mais complicada de todas. A parte em que eu entrava no msn, ou entrava no meu orkut. Agora eu apenas deito e choro e, sim, meus pais estão esperando que eu me levante como todas as vezes, mas já fazem dias, e as forças fugiram e eu não consigo, simplesmente não dá.
Minha tarde é chamada de televisão. Minha mãe me obriga a assistir televisão a tarde inteira pra esquecer as coisas e me prender aos assuntos da televisão. E nem as notícias do Enem, que me prendiam antes, conseguem fazer isso agora.
Depois eu tomo banho, no mesmo horário de antes, mas a água parece pesar e não mais me fazer relaxar um pouco.
E depois eu volto a ver televisão, desta vez entre meus pais e aí as lágrimas correm de novo. Aliás, elas correm antes, durante e depois de todas essas "atividades interessantes" do meu dia.
Eu não consigo nem imaginar o que me fazia gostar de sair de casa. Hoje eu sei minhas preferências: ficar em casa, ficar com meus pais, que a aula acabe rápido, que eu passe despercebida. E só saio de casa em caso de necessidade extrema (a contragosto da minha mãe que tenta me tirar de casa o tempo todo, inclusive com ela) e minhas necessidades tem sido apenas filmes, de preferência o primeiro que eu encontrar na prateleira, e comida, porque sim.
E essa tem sido minha vida. Escrevendo três vezes mais do que escrevia, chorando litros (literalmente), tentando não atender ligações, me mantendo quieta o máximo possível e falando apenas com meus pais. Todo o resto, mudou.
"Nos dê a vida novamente
Porque nós só queremos estar inteiros..."
We Are Broken - Paramore