terça-feira, 16 de março de 2010

Explodiu.


Essa inconstância, esse medo de amadurecer, esse apego ao passado. Tudo isso está escorregando rapidamente pelos meus dedos. E não dá tempo de segurar isso novamente, não mais. É preciso ficar esperta pra agarrar com firmeza tudo o que está chegando e caindo direto em minhas mãos. Elas não podem estar abertas tentando resgatar o que já não tem resgate.
O ponto é que eu já nem sei mais o que é comodismo ou zona de conforto. Meus amigos antigos explodiram, foram um pra cada lado, viver suas vidas. Minha escola já não é mais minha. Meus compromissos são outros, minha agenda vive cheia, meu tempo ocioso me mata de tédio. Eis que não tenho mais motivo algum para me apegar tanto ao passado.
No caso, tudo está mudando. Meus antigos sentimentos, minhas prioridades, meu foco. Já disse umas trezentas vezes nesse blog sobre mudanças. E parece que o mundo continua girando e me pedindo pra girar junto. São mudanças que não acabam mais. Hoje mais forte, mais determinada, menos chorona em alguns aspectos, mais segura em outros. Me desespero menos, converso menos, vivo menos fora da realidade. Meus pés estão no chão e minha cabeça está descendo das nuvens. Não tem mais nada que me agrade em suposições, em possibilidades inexistentes. Eu já não tenho mais motivos pra nenhuma dessas besteiras de se prender ao que não existe, ao que nunca vai existir. Passei muito tempo da minha vida me prendendo a pequenos fatos inúteis, a conversas sérias demais, ao que me desagradava. Eu não sabia fugir dessas situações, não sabia como era viver sem sentir dor. Aí um dia eu descobri, eu vivi um dia inteiro sem sentir pontada alguma de sofrimento. Após um tempo eu consegui dois dias, três...uma semana. E quando a dor voltou eu me desesperei. Fiquei com medo de que tudo que eu havia conseguido me livrar tivesse me sufocado novamente. Mas eu respirei, levei um pouco de tempo, olhei ao redor e vi que nada havia mudado. Aquela realidade excruciante estava tão longe de mim, quase como se fosse um filme do qual eu não participasse. Eu simplesmente consegui parar de chorar e seguir em frente. Mais uma vez com meu sorriso, com minhas decisões firmes. Ainda sinto um pouco do que era passado. Mas hoje e agora eu tenho a certeza de que já não tenho toda aquela ansiedade, todos aqueles sonhos extremamente complexos. Não tenho mais nem as mesmas verdades de tempos atrás. O que permanece é a vontade de sempre haverem dias melhores. Chega de me prender ao que não se prende por mim, de procurar vestígios de algo que não existe mais, de fazer birra pra Deus e o mundo por não querer crescer. Tá na hora e pronto. Vou crescer e o resto nem posso dizer que se exploda, já explodiu. Só eu não tinha notado antes.

sábado, 13 de março de 2010

Hey, dad.


Eu teria milhares de motivos pra virar as costas, pegar o que me pertence de alguma forma, e sair porta afora. Pra nunca mais voltar. Mas eu olho pra ti, o dono dos olhos mais lindos e confortantes do mundo, e me vejo em casa. Minha casa nunca foi material. Desde pequena até hoje tu é grande parte do que eu chamo de lar.
Tu nunca foi meu herói. Heróis não faziam o que tu fazia. Não cuidavam de uma família e nem tinham o meu mais profundo respeito e admiração, eram apenas heróis. Tu, por outro lado, foi minha autoridade, porto seguro, protetor, amigo. Me deu colo quando as coisas não iam bem e me deu sorrisos nas minhas vitórias. Uma após outra, sem falta.
Me desculpa pelas noites mal dormidas, pelos acessos de raiva, por falar palavras impensadas e te machucar. Me perdoa se, de alguma forma, eu algum dia dei a entender que não te queria na minha vida. Aquilo com certeza era mentira. Me perdoa se te fiz chorar, se te desapontei, se tirei tua paz em algum momento. Me perdoa por não entender o tamanho do meu amor por ti antes de atingir essa idade. Me perdoa por te preocupar, por fingir odiar teu cuidado sabendo que eu não sei viver sem ele. E me perdoa por achar que eu sabia o que era melhor pra mim, eu estava errada.
Obrigada, pai. Eu sei que parece meio ridículo te agradecer hoje, não é Dia dos Pais, nem teu aniversário. Mas obrigada. Por cada pequeno momento. Eu sei que tu tem muitos defeitos, mas ainda com eles eu te admiro muito. Exemplo de homem, de amigo, de fidelidade. Eu te amo muito. Muito obrigada por me ensinar grande parte do que eu sei hoje. E, o que não foi tu quem me ensinou, foi tu quem me conduziu até o caminho onde eu pudesse aprender. Obrigada por ser tão parecido comigo, por cada palavra de conforto, por me mostrar o Verdadeiro Herói da história.
Obrigada, muito mesmo, por não ser um herói. Porque tu é mais, tu vive, tu é real. E isso sim, é tudo que eu sempre esperei de ti.
Hey, te amo.

quarta-feira, 10 de março de 2010

É...


...o curso natural.
Um dia aprendemos a árdua lição de que a vida é repleta de chegadas e partidas. A cada partida, há uma nova chegada. Talvez você não acompanhe, talvez seja protagonista da lição, talvez você seja aquele que chega, ou o que parte. Conforme o tempo passa nos aprimoramos mais e mais. É impossível permanecer no mesmo lugar sempre, com as mesmas pessoas e a mesma vidinha pacata de sempre. A não ser que você definitivamente não mude.
Há a partida por escolha. Onde decidimos ir embora por algum motivo. Temos opção de escolha. Decidimos não andar mais com as mesmas pessoas, buscar novos lugares, novos horizontes, novas chances de aprendizado.
Há a partida natural. Onde não está no nosso controle. Mudamos de amigos e lugares por princípios, por falta de tempo, por conveniência. Às vezes nem notamos essa partida, mas notamos na chegada.
Chegada geralmente é mais alegre, ao menos para quem nos recebe. É alguém a mais, algo para acrescentar, uma nova história, uma visão diferente.
De partidas e chegadas é feita a vida. Você pode confirmar com uma olhada ao redor. Quem está do seu lado hoje? Aposto que essas pessoas não são as mesmas de épocas atrás. É o curso natural da vida. É a mudança que bate à porta e grita em alta voz. É a chance de amadurecimento. É a tal zona de conforto ficando para trás. Bem atrás.

terça-feira, 9 de março de 2010

É pedir muito?


O fato é que eu estou cansada. Extremamente exausta, fatigada, enfraquecida. No corpo e na mente. Minhas horas de sono aparentam ser boas e saudáveis, mas não o são. Eu acordo cansada, isso me assusta. Eu, na verdade, preciso de alguma ocupação. As aulas na faculdade já não tomam minha mente por completo. Minhas leituras viraram rotina, obrigação. Onde eu via prazer ao fazer as coisas, hoje eu vejo um cansaço futuro por ter que me mexer.
Tem sido complicado pra mim organizar minhas prioridades, meus compromissos. Parece que o relógio anda rindo da minha cara. Quanto mais tempo eu tenho, menos eu sei usar ele. Me desorganizo, faço bagunça nos horários, chego atrasada, me canso. Não tem mais despertador que me acorde.
Não, eu não ando triste. Eu sei bem o que é tristeza e, ultimamente, ela não tem sido intensa, só comum. Não estou com graves problemas, pelo menos nada além do que eu sempre tive. Não há uma explicação lógica pra tanto desconforto.
A única coisa que eu quero agora (e até isso passar, se é que vai) é minha cama, um chá e uma leitura que me prenda não só os olhos, mas a mente também.

sábado, 6 de março de 2010

Promessas


E num segundo vi toda a minha vida passar diante dos meus olhos, quase como se fosse uma morte. Mas não era. E olhei pro futuro, mas não se via nada. Absolutamente nada. Só havia uma pequena palavra que brilhava no meio de toda uma névoa densa: promessas. É incerto nosso futuro. Nós podemos querer adiar ou adiantar ele, não adianta. Deus não se baseia no nosso tempo, Ele não tem pressa para concluir os planos dEle. Eu, humana até demais, queria dar um salto pra vinte anos a minha frente e olhar pra minha vida. E olhar. E saber. E conhecer. E sentir segurança nas minhas decisões com meus meros 16 anos. Eu queria simplesmente poder saber o que eu vou ter e ser no futuro. Só pra ter uma pequena certeza se a promessa continua viva, ainda ali. Mas não consegui saltar até o futuro. Não consegui fazer baixar a neblina. Não consegui vislumbrar nada. Apenas aquela pequena e brilhante palavra. Promessas. O que elas me reservam? Somente Deus, e o tempo dEle, sabem ao certo.

quinta-feira, 4 de março de 2010

8 ou 80


Literalmente.
Todo mundo tem um pouco de 8 e de 80, também. Às vezes dá vontade de comer aquele cereal sentado na frente da televisão, no meio da manhã, pra ver aquele desenho preferido. Às vezes olhamos pra fora da janela e pensamos aquela velha e boa frase 'onde este mundo vai parar?'. Às vezes dá vontade de ter um cobertor de estimação ao invés do cachorro, faz menos sujeira. Às vezes preferimos alguns fios brancos a mais, achando que é charme e deixa visível a experiência. Às vezes queremos chocolate quente, às vezes algo mais forte. Às vezes queremos contar histórias para os avós, em outras queremos ser os avós a contar histórias. Às vezes alunos, ora professores. Às vezes queremos subir em árvores, ou simplesmente descansar em uma rede amarrada nelas.
Todo mundo quer brincar e ser sábio. Ter saúde de ferro só tomando refrigerante. Dormir bem tarde e acordar disposto. Ter férias de um mês e ganhar salário. Ter vida boa e ser respeitado.
Todo mundo carrega em si uma parte da infância e um presente mais cansado. Todo mundo quer mesmo crescer sem deixar de ser criança.

terça-feira, 2 de março de 2010

Se nós...



...descobríssemos que nós temos apenas cinco minutos restantes para dizer tudo o que queríamos, toda cabine telefônica seria ocupada por pessoas ligando umas as outras balbuciando que as amavam.' Christopher Morley
Gosto de pensar por esse lado, de que não me é dado todo o tempo do mundo. Isso me faz parar num domingo a tarde e olhar no fundo dos olhos dos meus pais e dizer que os amo, simplesmente pelo fato de que ninguém sabe onde eu vou estar instantes depois. Não por atos impensados, mas por uma mistura de razão e emoção, nós deveríamos ser mais verdadeiros. Nós não deveríamos deixar passar esses momentos. Não falem nada de que vocês se arrependerão depois, você pode (ou não) morrer depois disso. Mas fale.
Abracem seus pais, avós, familiares em geral. Você nunca saberá por quanto tempo eles estarão ali para receber esse abraço. Seja sincero com seus amigos, mostre o quanto eles fazem a diferença na sua vida. Talvez amanhã eles já não estejam disponíveis para ouvir suas palavras de afeto. Chore falando isso se não puder conter a emoção, mas acima de tudo fale da sua forma, sendo sincero.
Não esperem as pessoas partirem pra perceber o quanto elas lhes eram importantes, essenciais. Não queiram se arrepender de uma frase não dita, de um sentimento guardado.

'Este tempo, este lugar. Esses desperdícios, esses erros. Tanto tempo, tão tarde. Quem era eu para fazer você esperar? Apenas mais uma chance, apenas mais um suspiro, caso reste apenas um.' Nickelback

segunda-feira, 1 de março de 2010

E você...


...ainda está aí?
Você já sorriu hoje?
Porque se você não sorrir o que você vai fazer? Vai passar o dia inteiro imerso em lágrimas ou virado em uma cara fechada e impenetrável? Olhe além da situação. Procure o lado bom e, se ele não existir, sorria por outro motivo, invente. Sorria por besteiras, por belezas, por gestos carinhosos, simplesmente por sorrir. Nós temos mil e um motivos pra sorrir, só nos falta aceitar o fato de que podemos fazê-lo sempre. Enxuga essas lágrimas e dá um sorriso, pensa que tem gente em situação pior. Tira essa máscara fechada e ilumina teu rosto, quem sabe assim as pessoas não se intimidem tanto ao se aproximar. Sorrir não custa nada, e não tem valor que pague. Simplesmente sorria, por mais difícil que seja. Porque afinal, pra tudo tem um propósito e depois de uma tempestade nós sempre veremos o sol brilhar. E você ainda está aí, triste, procurando motivos pra sorrir?

'Vai passar, e enfim, pra terminar, vai sorrir e achar graça.' Ludov

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Oi...


...tudo bem?
Não me faça a pergunta 'tudo bem?'. A não ser que você esteja realmente interessado em ouvir se está ou não tudo bem. Talvez você venha a ouvir um simples 'sim, estou bem, e você?' ou talvez você tenha que parar durante minutos ou até horas para compreender a razão pela qual não vai tudo bem.
É normal, em qualquer lugar que você vá, encontrar alguém e ouvir a seguinte frase 'oi, tudo bem?'. Como se a pessoa realmente quisesse saber se você está bem ou não. Mas na verdade, ela só está sendo educada. Nesses encontros casuais, no meio da rua ou num restaurante, nós na maioria das vezes não conseguiríamos responder sinceramente à essa pergunta (mesmo que quiséssemos).
Melhor mesmo é dar um oi, sorrir, e dizer 'que bom revê-lo'. Assim ninguém passa uma imagem falsa de alguém que se interessa pelo bem-estar do próximo e ninguém se compromete a ouvir ninguém. Porque isso causaria um desconforto de ambos os lados. Use essa pequena frase pra quem você quer utilizá-la, seja sincero nessa pergunta, se mostre prestativo. Do contrário, poupe pequenos constrangimentos.
Não me pergunta isso, eu estou tentando chegar ao mesmo ponto. Ainda tenho essa mesma mania.

'Um dia desses, num desses encontros casuais, talvez eu diga 'minha amiga, pra ser sincero prazer em vê-la, até mais!'' Engenheiros do Hawaii

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Nas lembranças...


...e na saudade de quem nós fomos.
Mais uma vez encontro em algo inesperado pequenos traços de um passado que já me pertenceu. Li uma, duas vezes, apressada e de forma calma. Não houve jeito. Na minha mente não era bem aquela história que me vinha em mente, nem aquela situação. Mas eram os mesmos pensamentos rápidos e claros. Me peguei de novo remexendo nas lembranças e na saudade de quem nós fomos, já não somos mais como éramos (apesar de eu ter certeza que muito ainda se encontra vivo, de alguma forma, porém intacto).
E nas lembranças carregadas de saudades me vieram tantos questionamentos, tantas palavras guardadas pelo tempo que poderiam ter sido ditas, tantos flashes de um passado que costumava ser feliz. Mas me veio apenas um sentimento, aquele que hoje está tão guardado (e surpreendentemente encravado)em algum lugar dentro de mim que consegue me afetar inteiramente, talvez no sangue, ou no órgão que bombeia ele para o corpo inteiro.

"Você está enganado Enrico, eu amo o amor. A beleza do amor. A liberdade do amor. Amo a ideia de que nada é devido, que o amor dos outros, o tempo deles, a atenção deles são presentes a serem merecidos e não exigidos. Mesmo quando somos um casal. Fica-se juntos por escolha e não por dever. Sim, eu gostaria de ter ficado com Elena para sempre. Mas ela se foi. Escolheu ir embora." Scusa Ma Ti Chiamo Amore

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Não importa...


...onde eu esteja ♫
Quero ir pra casa. Não quero mais ver tanta gente sofrendo perto e longe de mim. Já cansei de tanto sofrimento, de ver o meu sofrimento e o das pessoas ao meu redor. Apesar de gerarem crescimento, tem crescimentos que parecem não ser suficientes justificar tanta dor.
Tem gente que fica se preocupando e fica triste por pequenas coisas, por motivos totalmente egoístas (admito, muitas vezes eu sou uma delas). Mas quando algo realmente ruim acontece, aí nós nos deparamos com a triste realidade humana: reclamamos por idiotices.
Quero ir pra casa cada vez mais. Ver Deus face a face, poder sentar e conversar com Ele. Não haverá mais lágrimas, nem tristeza, nem nada que nesse mundo vive nos perseguindo. Eu quero, muito mesmo, ir pra casa.

'Eu elevo minhas mãos e louvo o Deus que dá e tira
Eu Te louvarei nessa tempestade
E levantarei minhas mãos
Por Você ser quem Você é
Não importa onde eu esteja
Cada lágrima que eu chorar
Você segura em Suas mãos' Casting Crowns

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Quando eu crescer...



...quero ser como vocês! (:
O nome deles é amizade, é companheirismo, é família.
É muito fácil ter amigos nas horas boas, quando estamos bem, felizes e transmitimos toda essa alegria. Difícil é encontrar amigos quando está ocorrendo todo o oposto. Eu fico muito mais que feliz por ter esses amigos.
Preciosos, como jóias raras, vocês me ensinam muito, de longe eu sei que posso contar (de verdade) com vocês. Os conselhos, o ombro amigo, as lágrimas que escorriam nos olhos de vocês por sentirem comigo o meu sofrimento. Vocês nunca fizeram isso por esforço, obrigação ou de má vontade. Ao contrário. Em vocês eu vi o exemplo de como eu quero ser vista.
Uma amizade que cresce, que promove ambas as partes. Com vocês passei as melhores e as piores horas. Passei os meus, os seus e os nossos momentos. Meus aniversário, os seus aniversários, os velórios, os dias de perda, as manhãs, tardes e noites de risadas e conversas profundas.
Vocês pra mim são parte de um equilíbrio. Equilíbrio entre estar bem e mal, alegre e triste, são e doente. Porque em vocês eu encontrei uma amizade constante e real. Constante porque nunca termina e real porque nós não estamos sempre bem (com nós mesmos, enrte nós ou com os outros) e temos nossos altos e baixos. Tivemos nossas vírgulas durante nossa história, mas nunca um ponto final que nos separasse, mesmo às vezes existindo a distância física entre nós. Muito obrigada meus queridos exemplos. Agora e quando eu 'crescer' quero ser como vocês, amigos pra tudo.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

E se um dia eu te dissesse...


..o que eu sinto por você. ♫
Não sei se engano mais a mim ou a ti guardando pensamentos e sentimentos. Guardo de mim, de ti e do resto do mundo. É tão fácil dizer como me sinto realmente que eu nem consigo falar. Já tocaram nesse assunto umas trezentas mil vezes, na minha frente e com certeza nas minhas costas também. Não sei reagir a isso.
Idiota, burra, estúpida. Continuo lembrando de ti a cada segundo. Afasto de mim qualquer tipo de pensamento que me lembre de ti, inutilmente. Se ao menos tivesse uma forma de esquecer, mas Deus já me mostrou que não vai sair. Tô aprendendo muito com isso, mas pela dor. De não te ter tão perto quanto gostaria e de ter que ver todas as tuas mudanças. De alguma forma procuro as coisas antigas dentro de ti e não me frustro tanto. Mesmo querendo camuflar, tu continua o mesmo, só não te mostra pra mim.
Tenho esperado que algo mude. Eu sento, espero, ajo, planto bananeira, dou cambalhotas e simplesmente não sai. E esse meu coração, mesmo mudado, mesmo com Deus no controle, dói e continua doendo.
Não pense que sofro por ti, pelo contrário, ainda te tenho aqui. De uma maneira diferente, com teus pensamentos mudados, mas te tenho presente. Eu me alegro contigo por perto.
Não tenho todas as respostas e nem sequer metade delas, mas espero pacientemente até que Deus me revele. Mas acho que chega, nem devia falar tanto assim. Só não fala pros outros que eu não sinto nada por ti, fala a verdade.
E no mais, está com Deus, de novo, de novo e de novo. Afinal, se eu não me vigiar pego isso pra cuidar com minhas próprias mãos. Não quero fazer isso.

'E se um dia eu te dissese o que eu sinto por você,
se as palavras insistissem em querer dizer
Sobre as promessas que a gente fez, sobre as lembranças
e o os sonhos que eu guardei.. pra ti
Eu só queria que você soubesse que eu não vou mais
desistir,
Eu só queria que você dissesse outra vez estou aqui.'
Restart

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Decência e Maturidade


O fato é: os jovens de hoje mal sabem o que é namoro. Peça para definirem namoro em uma palavra apenas e você ouvirá ‘curtição’. Entenda o real significado desse termo e você se verá dizendo ‘compromisso’. O namoro é um compromisso onde se as duas partes não forem maduras o suficiente para assumi-lo, acabará.
Namoro tem que visar casamento. Se não for esse o plano pra que servirá namorar? Você constrói uma vida com a pessoa, faz ela se sentir parte da sua família e vice-versa, aprende os gostos dela pra depois, simplesmente dizer ‘foi bom enquanto durou’? Por favor, acho que existe muito mais coisa em jogo do que isso.
É esperado de um namoro um mínimo de decência, tanto publicamente, quanto quando se fala apenas das duas pessoas envolvidas. É necessária maturidade para lidar com situações que surgirão durante esse tempo de convivência, ou você realmente acha que será sempre um mar de rosas? Meu amigo, me desculpe, mas problemas são normais em relacionamentos. É impossível evitar discussões e desacordos, mas com maturidade suficiente isso raramente se tornará uma briga ou um bate boca inútil.
Os jovens de hoje estão mais preocupados com o ‘aqui e agora’ do que com um futuro que Deus tem guardado para eles. Eles começam a namorar por beleza física, por mero acaso ou, às vezes, nem explicações eles tem para isso. A regra da nossa geração é ser feliz e ter alguém por perto. Ficar solteiro chega a ser quase pecado para alguns. Os meninos procuram meninas bonitas que sejam troféus e não companheiras. As meninas procuram os meninos mais ‘populares’ para terem status e não um compromisso.
Eu, particularmente, preferia bem mais a época dos meus pais e avós onde a banda tocava mais calma mas com uma melodia mais bonita, do que esse batidão descontrolado da nossa geração onde a palavra ‘solteiro’ assusta mais que assassino.
O fato de ser uma jovem idosa pode até me tornar careta, mas me torna seletiva e me prepara, enquanto solteira, para esse tal de compromisso.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Desde quando você...


...se foi.
Há momento pra tudo nessa vida. Um dia as feridas precisam ser curadas. Me falaram que 'Deus não tem merthiolate que não arde', é verdade. Mas a única forma de se curar uma ferida da melhor forma é mexendo nela, até ela cicatrizar. Eu sinto as minhas feridas abertas sendo curadas, e isso me causa muita dor, dor demais. Tem áreas que é preciso mexer, como por exemplo aquela que eu relutei em admitir até pra mim mesma.
Eu poderia viver me lamentando, arranjar trezentas músicas que mostrassem o quanto eu ainda sinto tudo que aconteceu ou até chorar sem saber o que fazer. Mas eu não posso fazer isso, já passou da hora de sentar e me desesperar. Já faz um tempo Deus vem trabalhando profundamente no meu coração e nas minhas atitudes. Não dá pra estragar isso. Eu não posso me abalar com cada coisinha diferente que aparece e nem chorar com cada palavra proferida. Já não é mais tempo de falar e chorar, agora é tempo de esperar em Deus e deixar Ele continuar reconstruindo o que por impulso eu destruí.
Não, não há uma forma melhor de Deus lidar com isso sem que Ele tenha que mexer em cada ferida. Mas aos poucos Ele vai cicatrizando e as feridas já não doem mais. Elas viram apenas cicatrizes, expostas para não esquecermos, porém fechadas e indolores.

'Mais um choro sem sentido, não há razão pra eu te escrever... E mesmo que seja melhor assim, não posso negar... Eu sempre quis nunca precisar te dizer que desde quando você se foi me pego pensando em nós dois... Mais uma chance pra mostrar que eu mudei... Se eu soubesse eu tentaria te ligar... Te perdendo eu cresci tanto que eu (também) não sei.' Fresno

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Pegando a onda certa


'Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus.' Salmos 42.11

Tem vezes que o que menos entendemos é pra qual finalidade Deus age da forma que age. É difícil entender, principalmente quando ele age da forma totalmente oposta a qual esperamos. Nossa vontade e a vontade dele nem sempre estão de acordo, aliás, raramente elas estão. A vida com Deus não é fácil. A teoria é, a prática exige esforço, constância, foco. É como um mar, nós temos que nos armar de conhecimento, nos encher de força, saber onde esperar e da forma como o fazer. Senão, na primeira onda nós seremos lançados de encontro às pedras. Nós sabemos Quem é nossa rocha firme, nosso socorro bem presente nas ondas da vida, temos a Palavra de Deus que nos arma de todo conhecimento para nadarmos com segurança, e temos uma igreja e amigos que podem nos apoiar como botes salva-vidas quando nossas forças começam a se esgotar. Só cai mesmo quem não utiliza todos esses meios dados por Deus. Eu como cristã sei de tudo isso e me esforço realmente para seguir a tudo isso. Como humana eu digo que é a melhor forma de não se machucar, mas que é uma tarefa difícil e minuciosa a ser feita e que muitas vezes meu lado humano fala mais alto.
Se a minha esperança hoje não se encontrasse em Cristo, eu não estaria aqui escrevendo sobre ela ou qualquer outra coisa. Eu estaria sentada em algum lugar chorando por ter me frustrado. É uma questão de escolha desde o princípio. Defina suas prioridades.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Desculpa...


...mas NÃO te chamo de amor.
Afinal, foram necessários dois meses (ou menos) pra perceber que agora é assim que a banda toca. Não, não há ninguém no local reservado a esse tipo de amor. Questão de autopreservação, de incapacidade, de medo e também de decisão.
Se por acaso algum dia pararem para analisar minha vida, da mesma forma que eu o fiz um tempinho atrás, será fácil perceber que esse tipo de amor já não bate mais na minha porta. Agora é assim, uma hora me culpo por tantos erros, em outra me esqueço do porquê e já em outra eu apenas aceito tudo isso e sigo em frente.
É complicado. Depois de aprender com noites mal dormidas, brigas constantes, cenas de ciúmes, coração na mão, choros intermináveis, sorrisos que valiam mais que tudo. Agora o que me resta é isso: um coração inteiro, porém com uma sensação diferente. Já não tem mais aquelas aceleradas básicas, nem aqueles momentos de incerteza. E de tudo que possa ter mudado, com isso ainda não me acostumei. Não porque eu sinta falta de alguém, mas porque eu não sabia viver sem ter situações chave no meu dia-a-dia.
Isso não é ruim, na verdade me mantém bem mais inteira. Mas às vezes tem momentos (como esse) onde eu penso duas vezes e já não encontro mais nada. Absolutamente nada.

'E agora o que antes me acordava, hoje me deixou dormindo sozinho.' Hori

'E se o tempo nos mudou, espero que tenha sido pra melhor.' Hori

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

A Obra Perfeita


Cabelo, espinhas, gorduras localizadas, músculos, barriga definida, olheiras. Vivemos a vida toda nos preocupando com nossa aparência. Nunca estamos satisfeitos. Quando ficamos satisfeitos com alguma pequena parcela de nossa aparência ressaltamos outros defeitos para que precisemos desesperadamente mudar. Bom, eu e todo o resto da humanidade somos assim, buscamos uma perfeição que não existe. Nós nos apegamos firmemente em um padrão que a sociedade exige, sendo que nem sempre o que a sociedade dita é o melhor ou mais saudável. Esse padrão imposto, por nada mais nada menos que humanos imperfeitos também, pode gerar graves problemas depressivos, anoréticos e até obcessivo-compulsivos. Se a busca pela aparência perfeita é tão correta assim, então por que pode nos acarretar tantos males?
Aceitar seu corpo da forma como ele é. Ser baixinho, ruivo, magro demais, gordo demais, talvez seja apenas uma questão de genética. O que vale mesmo é mudar quando se trata de saúde. A questão estética pode até ser importante (para nossa auto-estima ou aceitação pessoal), mas não deve se tornar uma obrigação. Nossos próprios limites devem ser respeitados. Cada um tem um corpo, um cabelo, uma altura, uma gordurinha a mais em algum lugar. Mas todos nós fomos planejados e criados dessa forma, tão única e tão especial.
Desprezarmos nosso próprio corpo é uma forma de ingratidão, com Deus. Ele levou tempo para nos planejar, para desenhar cada pequeno detalhe do nosso corpo. É dessa forma que Deus nos planejou. A obra perfeita de Deus. Perfeita e tão singular. O que é a sociedade comparada ao tamanho de um Deus Criador que sonhou com cada detalhe da nossa aparência?


'Você tem essa aparência por uma razão. Nosso Deus não cometeu nenhum erro. Ele o teceu no útero, você é exatamente o que ele quis fazer.' Russell Kelfer

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

A Hora


Vocês já imaginaram quantas coisas 'crescer' envolve? Nossa visão de mundo, amizades, assuntos, rotina, hobbies, etc, etc, etc... Crescer nos faz mudar. Assumir, sim, novas responsabilidades, mas também deixar outras para trás. Crescer muda tantas coisas que chego a me perder em meio a tanto 'troca troca'.
Vocês já pararam pra pensar em quanta coisa mudou de um ano pra cá? E de como elas vão mudar e daqui a vinte anos já vai estar totalmente diferente? O casal do ensino médio pode estar casado, o grupo de amigas inseparáveis pode continuar se encontrando, o guri bagunceiro pode virar um grande empresário, aquele professor que desapareceu junto com a nossa saída da escola pode, num dia casual, cruzar nosso caminho e nos parar pra dar oi.
Só sei de uma coisa: tudo isso são apenas possibilidades. Não posso evitar essas mudanças e, mesmo se pudesse, não evitaria. O mundo gira e o tempo passa o suficiente para que cresçamos e amadureçamos diariamente. Uma perda, uma vitória, uma pequena ida para o hospital, um momento de reflexão, tudo. Tudo pode nos fazer mudar e querer essa mudança. Eis que chegou a minha hora da mudança. Dar um basta em grande parte do passado e erguer a cabeça pra enfrentar o futuro. Com Deus mostrando o melhor caminho a seguir, de mãos dadas com os meus 'poucos e bons', um sorriso no rosto, coração fortalecido, mente focada num Único Alvo e, o mais importante, com a certeza de uma mudança para melhor. E sempre para melhor. Que as possibilidades sejam trocadas por coisas reais e concretas.

'Escrevendo momentos na parede com cores diferentes.' Jason Reeves

'A gente está no mundo para crescer, e cresce com as experiências, sejam elas boas ou más.' Elizabeth Taylor

sábado, 9 de janeiro de 2010

Sem mais Olhar


Saber que eu podia ter feito tanta coisa diferente em toda a minha vida simplesmente me consome. As vezes é fácil fingir ou somente controlar essa decepção a que eu mesma me sujeitei, as vezes não. Se eu pudesse ao menos uma vez voltar e fazer as coisas diferentes, sabendo tudo que eu sei hoje, eu voltaria e trocaria as coisas de lugar. Daria mais valor a mim mesma, daria ouvidos às pessoas que eu deveria ter dado, esperaria ao invés de sair correndo, fugiria do que eu deveria ter fugido, bateria de frente com algumas das coisas que por medo ou insegurança eu não enfrentei. Talvez eu errasse, mas talvez não errasse tanto. Eu poderia evitar algumas tristezas, evitar até algumas amizades, evitar esse modo de viver "sorrir chorando". Bom, se tem algo que eu aprendi em todo esse tempo é que por mais importante que seja, por mais nobre que seja a causa, não tem como voltarmos ao passado e mudarmos qualquer coisa que seja. Mas eu posso mudar meu presente pra ter um futuro diferente. Não cometer os mesmos erros. Deixar que Deus cuide de mim, que Ele me mostre o melhor. Fraca. Relembrando o passado todos os dias, o dia inteiro. Não é o estilo de vida que eu quero, mas é como me encontro.
Eu estou bem, mas ainda tenho algumas peças pra recolocar no lugar, ainda tenho algumas pra consertar, não é do dia pra noite que isso vai mudar. Hoje me é dada, nos é dada, a chance de um recomeço, seja qual for nosso passado, seja lá qual forem nossas frustrações. Ainda dá tempo de mudar, de seguir pelo caminho certo, por um caminho diferente do que seguimos no passado, é só nós querermos ver esse caminho. Precisamos aceitar que estávamos errados, decidir mudar, fazer algo para que a mudança ocorra e precisamos permanecer nesse caminho. Não, não é fácil. Muitas vezes nosso instinto vai nos dizer para corrermos e desistirmos, nos dizendo que a queda é certa, mas se nos apoiarmos na Pessoa Certa, então, aí sim, nós poderemos ter a vitória garantida. Não estou 100% melhor, mas as lágrimas essa noite já secaram.

'Nós não estamos ficando mais jovens, e eu não vou olhar pra trás, porque não adianta, é hora de seguir em frente!' Paramore

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Certeza dos Olhos


As vezes a única coisa que nós precisamos é de um abraço ou um pouco de atenção. Um ombro pra chorar ou um colo pra deitar. Um pequeno elogio sincero ou qualquer coisa que não seja uma crítica. As vezes precisamos ver o amor, nem sempre só saber que ele existe é suficiente. Pequenos gestos, palavras, demonstrações. Ninguém morre por demonstrar carinho, amor, afeto. As vezes mais do que a certeza da mente e do coração nós precisamos daquela ao alcance dos olhos. Quando tudo se torna mais complexo de se entender, quando o coração não consegue mais sozinho, quando o mais simples é a única coisa que conseguimos ver. É aí, exatamente nesse ponto, em que precisamos daquela demonstração. Na saudade que já não é compreendida no silêncio, uma ligação. Na amizade, um encontro marcado. No amor, um botão simples e delicado de rosa. Não demonstramos pelo medo de nos expormos demais, a única forma de sermos vistos é nos mostrando. Alguém arrisca?

"Será que é tempo que lhe falta pra perceber? Será que temos esse tempo pra perder? E quem quer saber? A vida é tão rara.' Lenine

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Eu


Bom, 2010 chegou e só pra não deixar passar em branco o começo dos posts desse ano: Feliz Ano Novo. Mas é só isso que tenho a declarar sobre esse ano por enquanto. Me peguei com umas ideias meio novas e, bom, vamos ver no que isso dá.
Nasci em 1993. Não sei o nome da minha mãe biológica e muito menos do meu pai, não tenho o interesse de saber. Fui adotada com um ano e três meses, em agosto, por uma família no mínimo peculiar. Pais bem diferentes, uma mãe pensadora e um pai sentimental, um irmão e uma irmã adotados também, cada um de uma família diferente, assim como eu. Desde pequena eu tive um grande diferencial dentro de casa, meus pais conheciam um Deus e desde pequena eu ouvia histórias desse tal Deus, eu sabia que Ele tinha feito grandes milagres na vida de muitas pessoas e que Ele as amava, e naquela época isso era suficiente. Eu fui crescendo. Como toda criança eu entrei para a escola, fiz amigos que duram até os dias de hoje. Aprendi a ler, escrever e, na época, até a dançar balé e jazz. Troquei de escola, tive que aprender a fazer novas amizades, a me adaptar em um lugar totalmente diferente do que eu estava acostumada. Dentro de casa eu ainda era meio alienada aos fatos, pra mim era quase impossível entender completamente que as coisas não iam bem, que meu pai estava começando um negócio novo somente dele, que minha mãe estava ficando realmente doente, que meu irmão tinha problemas que eu nem sequer sabia direito do que se tratava, que minha irmã já não achava suficiente o amor daquele Deus. Não foi uma época fácil, foi uma transição, a primeira delas. Era a minha vez de largar as bonecas para tentar entender que havia um 'colapso' e que eu estava dentro dele. E apesar de todas essas novidades entrando a vida continuava, eu continuava. Na minha sétima série eu conheci meu espinho, o problema com o qual eu lutaria pelos próximos anos sem nem ao menos saber disso naquela época. Foi um ano conturbado, o ano em que aquele Deus era mais uma pedra no meu sapato do que um Cara que valia a pena ouvir as histórias. Enquanto tudo me pedia um pouco mais de calma, me pedia pra que eu vivesse minha pré-adolescência intacta, lá ia eu buscando minhas primeiras marcas permanentes. Minha vida começou a virar uma montanha-russa, eu até entendia que aquilo não era o melhor, eu só não sabia como desistir daquilo. O ano seguinte foi um ano inteiro onde eu me agarrei naquele Deus dos meus pais, e aquela primeira marca doía (e doía muito!) e parecia que nada fazia ela desaparecer. Até que no ano seguinte Deus me mostrou que as coisas trocavam de lugar e que aquela dor, que uma vez era o centro de tudo para mim, já não precisava mais ter lugar na minha vida. Aquele Deus que eu não compreendia começou a colocar pessoas escolhidas a dedo na minha vida, pessoas que me fariam mudar e entender um pouco mais da grandeza Dele. E, apesar de dentro de casa as coisas só piorarem, eu sabia que comigo as coisas iam bem, porque tinha Alguém que segurava tudo por mim.
No ano seguinte, 2008, aquele espinho voltou a cutucar e mais uma vez eu me machuquei, encontrei uma marca um pouco mais profunda do que aquela da minha pré-adolescência, descobri como era não ter amigos, como era mentir para os outros e para mim mesma. Perdi o que para mim era mais importante, comecei a olhar mais para a minha família e, cada vez que eu olhava mais de perto, mais falhas eu encontrava e mais eu via como era difícil o conserto. E, mais uma vez, o tempo continuou passando, carregando com ele cada pequeno detalhe do passado.
O ano seguinte, nosso tão 'querido' 2009, veio com tudo ao extremo para mim, vida com aquele Deus ao extremo, mancadas ao extremo. E aquela montanha-russa era maior, quanto maior a altura que eu subia, maior era a queda. Até que eu percebi que minha montanha-russa era um abismo. Ela não subia, não mais. Mais uma vez meu espinho veio me incomodar, veio marcar presença. E ele marcou, através de cortes. Um corte atrás do outro, uma tentativa de mudança atrás da outra, até que na ante penúltima eu desisti. Eu estava sinceramente cansada de tentar não me cortar, era bem mais fácil só deixar que aquele espinho me atormentasse continuamente. Foi uma época difícil. Não digo que ela tenha valido a pena, mesmo que eu tenha crescido, não é sempre que precisamos aprender pela dor, eu não precisava, eu escolhi essa forma. Não sinto culpa, pelo menos não o tempo todo, porque descobri que não vale de nada apenas se afogar num mar de culpa e não se mover para mudar e não mais se sentir assim. Deixei de ouvir as pessoas, porque eu sempre me importava demais com o que elas diziam e, as vezes elas tinham razão, mas não era sempre. O que elas falavam atrapalhava mais do que ajudava, tive que deixar aquele Deus me mostrar quais eram as pessoas que eu deveria ouvir e levar em consideração. Parei de me cobrar tanto, não busquei mais a perfeição em ninguém, porque o que menos se encontra em mim é perfeição.
Bom, meu espinho continua ali, minha meta para esse ano e para todos os seguintes é lutar contra ele, mas não deixar mais que ele me machuque. Eu ainda erro sim, ainda quebro muito a cara, me decepciono comigo mais do que queria. Já tenho uma pequena, mas significativa, base do que é certo e o que é errado. Tenho meus princípios, apesar de nem sempre conseguir segui-los a risca. Tenho ainda uma vontade dentro de mim, vontade de vencer, vencer pra meu próprio benefício. Tenho ouvido que Deus vai suprir cada necessidade minha, porque Ele conhece elas, tenho esperado para comprovar a veracidade dessa frase. Quero esperar para ver ela se cumprir, quero acreditar nela.
Eu não sou o que o tempo moldou. Sou um pouco da lapidação dos anos e, ainda, um pouco do que trago desde pequena, da minha criação. Hoje, eu posso contar histórias desse tal Deus. Eu sei que Ele tem feito grandes milagres na minha vida e que Ele me ama e, agora, isso é mais do que suficiente.

'Eu vivia uma vida só para mim, e alcançava as coisas que me destruíam. Era tão doente de invejar a vida dos outros. Acreditando de alguma forma que eles tinham o que eu precisava. O meu Deus é o suficiente para mim. Este mundo não tem nada que eu preciso. Nesta vida inteira eu percebi que o meu Deus é o suficiente, o suficiente pra mim. Eu não consigo explicar o porquê eu sofro. Embora eu viva para Ti, aqueles que te negam enfrentam isso melhor do que eu. Cubra meus olhos agora de forma que meu coração possa finalmente ver que no fim só Você significa algo. A quem tenho eu no céu além de Ti? Não desejo nada além de Ti. Meu coração pode falhar, mas Você não, Você é meu para sempre.' Barlow Girl